Essa pergunta de Jesus, feita em João 21:14-17, não é apenas para Pedro. Ela atravessa o tempo e nos atinge em cheio, no coração, como uma flecha certeira. Pedro, você me ama?

João, Maria, Lucas, Adailton… você me ama?

Jesus não perguntou a Pedro sobre sua teologia, nem sobre sua capacidade de liderança, nem se ele estava pronto para o ministério. Ele perguntou: você me ama?

Depois de tudo o que Pedro fez. Depois de negar Jesus três vezes no pátio da casa de Anás, após jurar que jamais o abandonaria.

Depois do olhar atravessado de dor, da vergonha, da fuga e do silêncio. Jesus não traz condenação.

Traz uma pergunta. Uma pergunta que cura, mas também queima. Pedro, você me ama?

Essa pergunta é um bisturi espiritual. Corta, abre, expõe, mas não para matar — para curar.

Pedro, você me ama? — O confronto espiritual com nossas próprias negações
Pedro negou três vezes.

Jesus pergunta três vezes. Coincidência? Claro que não. Isso é redenção cirúrgica.

Cada “você me ama?” desata um nó de culpa. Cada resposta de Pedro é uma liberação de vida no mundo espiritual. Jesus estava quebrando o ciclo da vergonha.

Anulando, com palavras de amor, cada palavra de negação que Pedro tinha liberado.

E conosco, é diferente?

Quantas vezes negamos Jesus? Não com palavras diretas talvez, mas com nossas atitudes, com o desprezo às Escrituras, com a frieza nas orações, com a indiferença ao próximo.

Quantas vezes duvidamos que Ele poderia agir? Que Ele queria agir? Quantas vezes oramos já esperando a decepção?

Pedro, você me ama? Essa pergunta é um espelho. Ela nos chama à verdade. Porque amar Jesus não é apenas levantar as mãos num culto, ou postar um versículo na internet.

Amar Jesus é permitir que Ele toque nos nossos becos mais escuros.

Amar Jesus é dizer “sim” mesmo depois de ter falhado. É voltar, mesmo sangrando de vergonha.

Pedro, você me ama? A pergunta que silencia o inferno

Pedro foi acusado. Por dentro e por fora. Os demônios devem ter urrado de prazer ao ouvir a terceira negação.

Mas Jesus cala a boca do inferno com três simples perguntas. Cada resposta de Pedro era uma renovação de aliança. Um grito no mundo espiritual: “Eu te amo, Senhor!”

Você precisa fazer isso também. Porque palavras têm peso eterno. Quantas palavras de morte você já liberou?

Contra si mesmo, contra seu casamento, contra seus filhos, contra sua fé? Quantas vezes você disse: “Eu não sou crente de verdade”, “Eu sou um fracasso”, “Deus não me ouve”?

Você precisa anular essas palavras. Jesus te pergunta hoje: “Você me ama?” Diga “Sim!”, tantas vezes quantas forem necessárias.

Declare amor até romper as correntes da culpa, do medo, da dúvida, da religiosidade vazia.

Antes de prosseguirmos é imperativo, definirmos quem foi Anas, então vamos lá.

Quem foi Anás

Para compreender a profundidade do que aconteceu com Pedro, é essencial entender quem foi Anás.

Esse nome não pode ser ignorado, pois foi exatamente no pátio da casa de Anás que Pedro negou Jesus.

Anás foi um dos homens mais poderosos do sistema religioso judaico na época de Jesus.

Ele havia sido sumo sacerdote entre os anos 6 e 15 d.C., mas mesmo após ser deposto pelos romanos, continuava exercendo enorme influência.

Era sogro de Caifás, o sumo sacerdote em exercício, e atuava como uma espécie de “poder por trás do trono”, sendo ainda chamado de sumo sacerdote por muitos judeus.

Foi na casa de Anás que Jesus foi levado primeiro após ser preso. Isso mostra a importância política e espiritual daquele homem.

Foi lá, naquele ambiente carregado de hostilidade e religiosidade corrupta, que Pedro, dominado pelo medo, negou conhecer seu Mestre.

Não uma, nem duas, mas três vezes.

E é contra esse fundo escuro de traição, vergonha e sistema religioso que Jesus ressurreto pergunta: “Pedro, você me ama?”

Essa pergunta não foi feita em um vácuo. Ela foi feita sobre o eco de três negações. Jesus sabia exatamente onde tocar. E Pedro sabia exatamente o que estava sendo curado.

O interrogatório de Jesus

pedro
Jesus na coorte de Pilatos

Este interrogatório de Jesus perante Anás só é registrado por João. Anás era o presidente do Sinédrio perante o qual Pedro e João foram também trazidos (At 4. 6). 

Caifás levou Jesus à casa de Anás para ser interrogado de madrugada, horário impróprio e ilegal.

Logo pela manhã, lá pelas seis horas, os principais de Israel fizeram um concilio para decidirem matar a Jesus.

Entrementes, isto já estava decidido mesmo antes dele ser preso.

Depois desse conselho levaram Jesus até Poncio Pilatos, o líder romano; dai foi levado a Herodes que o mandou de volta para Pilatos que o mandou crucificar. 

Os judeus poderiam matar a Jesus a pedradas, mas não foi isso profetizado e eles não o fizeram. Pilatos não encontrou nada em Jesus que o mandou a Herodes, que o mandou de volta para Pilatos.

Muita coisa chama a atenção nesse julgamento de Jesus, mas uma parece se destacar.

Todo mundo queria matar a Jesus, ou alguns não ligavam se ele vivia ou não, como Herodes e Pilatos.

Jesus foi conduzido primeiro a Pilatos, este o mandou a Herodes que o mandou de volta.

Na primeira vez que Jesus esteve em audiência com Pilatos, ele diz que não viu mal algum em Jesus e o declara inocente. 

Qualquer juiz correto o teria soltado imediatamente, mas Pilatos não o fez, passando a bola para o outro. Era uma bomba o julgamento de Jesus.

Era evidente, e ele o mandou para Herodes para que esse se virasse pra lá.

Ai Jesus voltou e ele teve que julga-lo agora com a pena de morte. Pilatos lavou as mãos numa atitude covarde

A covardia de Pilatos que custou à vida de um inocente. Mas sabemos que isso ocorreu assim para que se cumprissem as Escrituras.

Vamos voltar para Pedro

Do jardim do Getsemani, Jesus foi conduzido à casa de Anás. Jesus tinha profetizado que Pedro o negaria três vezes naquela noite e no pátio da casa de Anás Pedro o negou.

Após ser ressuscitado Jesus teve um encontro com Pedro e trata esse assunto, perguntando três vezes se Pedro o amava.

Essas perguntas de Jesus liberavam uma afirmação de Pedro, a renovação do pacto com Jesus, com Deus e provava ao mundo espiritual que Pedro amava a Jesus e que era um verdadeiro seguidor dele.

O que nos interessa nessa Palavra é que Jesus perguntou a Pedro por três vezes se ele o amava, significando que Jesus assim quebrava os poderes espirituais na palavra de morte liberada pelo próprio Pedro.

Havia mágoas em Pedro não curadas na qual os demônios, queriam usar contra Pedro.

Na nossa vida não é diferente.

Quantas vezes nós já negamos a Jesus com atos, com atitudes, com maneiras, com falas, com pensamentos, com desprezo, com descaso, com displicência, não dando a devida importância? 

Inúmeras vezes nós proferimos palavras que foram liberadas no mundo espiritual.

Estas palavras é um cordão de muitas dobras. Palavras de morte, palavras fortes de raiva, de ódio, de descaso, palavras malignas, palavras contra alguém ou nós mesmos?

Reiteradamente duvidamos de Deus até quando estamos orando.

Nós duvidamos na face de Deus, que ele tinha poder ou queria fazer algo por nós.

Infortunadamente, nos achegamos a Deus com raiva, com ódio disfarçado, com falta de fé, com duvidas e ate decepcionados com Deus.

Quantas situações, em que estando em gritante pecado exigimos algo de Deus?

Levianamente, pedimos prosperidade sem dar o dizimo e as ofertas? Quantas vezes andamos pelo contrário de tudo o que estamos aprendendo no evangelho e ainda culpamos a Deus?

Pedro, você me ama?

Pedro, você me ama? João, Maria, José, Adailton, Lucas, você me ama?

A pergunta de Jesus feita a Pedro é feita todos nós. Todos nós já negamos a Jesus. Mas quantas vezes o negamos: Três? Quatro? Dez?

Quantas forem as nossas afirmações positivas a Jesus, tantas são as liberações ou anulamentos espirituais. Pedro, você me ama?

Sim Senhor, eu te amo, amo, amo! 

Te amo tantas forem às vezes em que duvidei, tantas foram às vezes em que pequei, tantas forem às vezes em que tive atitudes de quem não ama, sim eu te amo.

Anula então, Senhor, no mundo espiritual, as minhas palavras de morte, de duvida, meus atos e consequências que geram desgraça, infortúnio.

Preciso liberar o perdão para aquela pessoa que me quis mal. Eu a perdôo, para que também possa ser perdoado.

Necessito liberar toda palavra de morte que disse contra a minha esposa, minha família, meus amigos e até contra meus inimigos.

Anulo toda palavra de morte de duvida, de descrença que liberei contra minha pessoa.

Todas as vezes que duvidei que era um cristão verdadeiro, um pai exemplar, um bom marido, um bom trabalhador.

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Senhor eu anulo o que eu disse, pois essa liberação de Pedro, era de Pedro e não de Jesus.

A minha liberação é minha e não de Jesus. Quem precisa afirmar que ama a Jesus, sou eu.

Eu preciso renovar o pacto. Necessito ir de encontro aos braços do Pai. Sim Senhor, se o Senhor aceitar, eu te amo, sim! 

Faço votos de que Deus libere a sua vida para as verdades espirituais dEle em você e para você. 

Paulo Sérgio Lários

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Categories: Estudo Bíblico

Juraci Rocha

Juraci Rocha é o editor do site Filhos de Ezequiel. Os escritos de Juraci Rocha são informativos, envolventes, divertidos e desafiadores. É instrutivo ler seus estudos e conhecer seus pontos de vista práticos e profundos sobre o tecido da fé cristã.

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