Você já ouviu falar de solidão ministerial? Pois é, ela existe. O insulamento que estamos tratando não é o social, mas a solidão ministerial que consiste mais na idéia de isolamento ministerial.
Antes de prosseguirmos vamos definir o conceito solidão, então vamos consultar a Wikipédia. “Solidão é um sentimento no qual uma pessoa sente uma profunda sensação de vazio e isolamento.
A solidão é mais do que o sentimento de querer uma companhia ou querer realizar alguma atividade com outra pessoa não por que simplesmente se isola mas por que os seus sentimentos precisam de algo novo que as transforme.
Solidão não é o mesmo que estar desacompanhado. Muitas pessoas passam por momentos em que se encontram sozinhas, seja por força das circunstâncias ou por escolha própria.
Estar sozinho pode ser uma experiência positiva, prazerosa e trazer alívio emocional, desde que esteja sob controle do indivíduo. Solitude é o estado de se estar sozinho e afastado das outras pessoas, e geralmente implica numa escolha consciente.
A solidão não requer a falta de outras pessoas e geralmente é sentida mesmo em lugares densamente ocupados. Pode ser descrita como a falta de identificação, compreensão ou compaixão”.
No que consiste a solidão ministerial
Como podemos ver no programa A Palavra em Debate, com as pastoras Rosi, Ana e a psicóloga Veruska Ghendov. “A Solidão Ministerial é em certo ponto até saudável.
O pastor e a liderança não podem expor os seus problemas e os da igreja pra qualquer um, precisamos escolher melhor as pessoas com quem nos relacionamos”.
E também por outro lado, diz a pastora Rosi, nem todos tem a maturidade de entender os problemas que acontecem com o pastor, ou o líder.
A pastora Ana exemplifica bem no que consiste o problema: “O primeiro fato é o isolamento, mesmo que minimizado pelos encontros de liderança da sua igreja e os cafés com os pastores, onde a idéia geral seriam os pastores trocarem experiências, ainda assim fica um isolamento latente.”
Existem problemas que não se pode dividir com suas ovelhas e nem com outros pastores: O que vão pensar de mim? Há um zelo com a congregação e o discípulo vai pensar o que se descobrir que eu tenho problemas?
Por outro lado não dá pra abrir a sua vida pessoal pra qualquer um.
Como e com quem falar de aflições e dores e doenças e problemas conjugais? Fora que a guerra espiritual não nos deixa quietos um momento sequer, ela não nos larga. E mesmo nos encontros –continua ela – não dá para falar em profundidade dos problemas que lhe ocorrem.
Pastor não é super-herói
A congregação e os outros pastores e lideres precisam saber que pastor não é super-herói, mas antes seres de Deus que receberam a unção de pastorear ovelhas e necessitam também de serem ministrados.
Certo, que eles receberam a unção de cuidarem de gente, mas é gente também, e necessitam de serem cuidados por outras pessoas.
Gente que tem aliança conosco e que não vai dizer os seus problemas de púlpito. Todo e qualquer líder precisa de ter alguém com autoridade ministerial na sua vida, assim como o marido precisa da esposa para aconselhar, pastores precisam de outros pastores também.
Precisamos ter cuidado com o que falamos e para quem falamos, pois o Diabo pode transformar um pequeno problema em um monstro enorme que pode até dividir denominações.
Quantos pastores e lideres não caíram e perderam o seu pastorado por não terem com quem se abrir e foram tentados e caíram no pecado?
O que eu acho interessante e talvez você não se ateve ainda, é que o pregador tem a Palavra de Deus e a Bíblia diz que a Palavra discerne bem tudo (Hb 4. 12).
Entrementes, como diz em 1 Coríntios 2, numa exposição impressionante de Paulo, ele conclui dizendo que o homem espiritual discerne bem todas as coisas.
O pregador pode e deve falar temas diferenciados para tentar atingir o maior numero de pessoas. Será necessário alguém estar passando pela fornalha para tratarmos da pessoa, sendo que podemos prevenir antes? Acredito que não cuidamos corretamente dos co-pastores e dos nossos liderados.
Muitas vezes a necessidade de dar a ordem suplanta a pessoa que está na nossa frente. A máxima seria que o seu liderado é gente também e pode estar passando por sérios problemas.
Como ser ajudado na solidão ministerial
Mas o que fazer? Com que amigos e pessoas posso me abrir? Com quem posso dividir os meus problemas ministeriais?
O mundo tem um ditado que é estranho: Se conselho fosse bom não se daria, mas se venderia. Na verdade esse ditado quer desacreditar a Deus e os conselheiros.
A Bíblia diz que Deus é Conselheiro. Salomão nos dá uma enorme luz sobre o tema: “Não havendo sábios conselhos, o povo cai, mas na multidão de conselhos há segurança.” (Pv 11. 14).
Há versões da Bíblia deste versículo que diz “que na multidão de conselheiros há segurança”. Deus é o Conselheiro numero um. Jesus é Conselheiro e Salomão nos diz que ter vários conselhos e conselheiros traz segurança ao reino.
Parece estranho falar sobre solidão ministerial, para gente que está cercada de gente para todo lado, mas não é. Todos precisam socialmente e ministerialmente ter com quem se abrir.
Existem casos que só um psicólogo pode resolver, outros precisamos de orientação especifica e uma luz mais clara do Espírito sobre o assunto.
Quando não tiver uma revelação fique com a Palavra…
As livrarias evangélicas tem todo tipo de assunto, assim como a Internet. Leia mais e melhor. Leia artigos que não seja só cristão. A psicologia pode ser uma aliada.
O entendimento do nosso século com suas mazelas também pode ser interessante. O próximo tópico é orar mais e melhor, se orássemos mais e mais dirigidos algumas coisas seriam mais facilmente resolvidas.
Existem fatos que eu necessito que alguém ore por mim e me ministre, pois sendo um corpo espiritual, nem todos somos a mão, ou somos os melhores membros.
Até os melhores membros precisam honrar os que precisam ficar encobertos – pensando Paulo num corpo físico de um homem ou de uma mulher.
Cristo é a cabeça, a Igreja é o corpo e os pés de Jesus estão pisando sobre o inferno. O que também já mostra que quando há pecado o corpo fica todo disforme e segue a cabeça, os pés, o Inferno e o corpo que é a igreja. Quando há pecado o corpo fica debaixo do Inferno.
Todos precisamos de amigos, mas ter um amigo é complicado. O amigo verdadeiro pode nos acusar de estarmos fazendo algo errado e nos criticar.
Quando Davi fugia de Absalão, Simei começou a jogar pedras em Davi e no seu exército. Davi entendeu que as pedras jogadas por aquele homem era uma maneira de Deus criticá-lo e pediu para deixarem o homem em paz.
Quanto maior a responsabilidade, maior a cobrança
Precisamos entender quando é Deus falando, ou criticando, mesmo debaixo de uma saraivada de pedras. Entenda também que quanto maior o ministério, maior será a cobrança.
Ser Diácono é uma coisa, diferente de ser um Presbítero, que acredito que precisa ser alguém que oriente o seu pastor, como um conselheiro, e esse cargo não é pra qualquer um. Presbítero é quase um co-pastor.
É obrigação do presbítero mostrar e corrigir seu líder se necessário for, para o bem da obra, com carinho e respeito, sabendo que seu pastor é gente também.
Hoje em dia o cargo de presbítero tem significado pouco, pois muitos pastores não tem conselheiros à altura da necessidade.
Presbítero não é cargo para ficar pagando conta de água, ou de luz – uai, que é isso? O Presbítero daquela congregação deveria ser o conselheiro numero um daquela Igreja e não a mulher do pastor.
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Conselho de mulher de pastor que não é pastora não deveria ser seguido, e o contrário também, pois hoje em dia temos pastoras em nossas igrejas, sendo algumas casadas com maridos que não são crentes. Problema ministerial é para ser tratado no ministério e não em casa.
O pastor é o líder mais avançado da igreja e precisa ser visionário. O pastor vai ver, ouvir e entender coisas que ninguém mais vai. É ele e Deus e só – entende isso criatura de uma vez por todas. Na duvida, siga sempre a orientação de Deus!
Paulo Sérgio Lários
Paulo Sérgio é Presbitero, tecnico de informática e escritor |
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