Politização do púlpito é uma das maiores distorções do papel da igreja no século XXI.

Quando o púlpito é usado como instrumento político, ele deixa de ser um canal da Palavra de Deus e se transforma em um palanque a serviço de interesses humanos.

Esse fenômeno tem causado uma profunda crise espiritual, além de uma visível queda de confiança nas instituições religiosas.

A igreja, que deveria ser lugar de cura, refúgio e verdade, passa a ser vista como parte do jogo político — e o povo se afasta.

A politização do púlpito e a desconfiança do povo

pastor no pulpito scaled

A politização do púlpito tem gerado uma erosão moral e espiritual nas comunidades cristãs.

Pesquisas recentes mostram que a confiança nas igrejas evangélicas caiu drasticamente, principalmente entre os jovens.

Muitos enxergam a igreja como uma organização partidária disfarçada de instituição espiritual.

A causa? A mistura entre fé e poder, púlpito e palanque, pastores e políticos.

A Bíblia já alertava: divisões, disputas e idolatria de líderes

A politização do púlpito não é nova. Desde os tempos bíblicos, líderes foram tentados a substituir a verdade pelo poder.

E o povo, quando mal instruído, sempre correu o risco de cair na idolatria de homens.

Em Corinto: “Eu sou de Paulo”, “Eu sou de Apolo”
“Cada um de vós diz: ‘Eu sou de Paulo’, ‘eu de Apolo’, ‘eu de Cefas’, ‘eu de Cristo’. Está Cristo dividido?” (1 Coríntios 1:12-13)

A divisão da igreja de Corinto é um reflexo claro do espírito faccioso que também se vê hoje.

O nome de líderes era exaltado acima do nome de Cristo. Era o partidarismo espiritual que dividia o corpo de Cristo.

Hoje, a politização do púlpito faz o mesmo estrago: os púlpitos exaltam políticos, partidos e ideologias, enquanto o Evangelho é deixado de lado.

Diotrefes, o ambicioso da liderança

Na terceira epístola de João, o autor faz um alerta a respeito de Diotrefes.

“Diotrefes, que gosta de exercer a primazia entre eles, não nos recebe.” (3 João 1:9)

Diotrefes queria o controle. Rejeitava a autoridade apostólica e manipulava a igreja para manter poder.

Ele é um retrato do líder moderno que usa o púlpito como palco pessoal, afastando qualquer voz contrária e usando sua influência para moldar o rebanho segundo seus próprios interesses — políticos, inclusive.

Politização do púlpito é oferecer fogo estranho no altar

O que muitos não percebem é que a politização do púlpito é, espiritualmente, uma forma de fogo estranho.

É ministrar o que Deus não mandou. É colocar no altar algo que contamina, não santifica.

“Os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, tomaram cada um o seu incensário, e puseram fogo estranho diante do Senhor, o que não lhes havia sido ordenado.” (Levítico 10:1-2)

Deus os matou imediatamente.

Hoje, o fogo estranho assume a forma de discursos eleitoreiros, homenagens a políticos, bênçãos a candidatos e alianças com partidos — tudo isso sendo oferecido sobre o púlpito que deveria ser santo.

Essa é uma das expressões mais perigosas da politização do púlpito: a perda da reverência, da santidade e do temor diante de Deus.

O púlpito não é palanque

O púlpito não é palanque — é lugar de proclamação santa. É um lugar onde deve manifestar somente o Cristo crucificado.

Na politização do púlpito, o foco deixa de ser Cristo. Em vez da cruz, vemos slogans.

Em vez da Palavra, vemos discursos partidários. O púlpito se torna veículo de propaganda.

Mas o púlpito não é lugar para cabos eleitorais. É lugar de confronto com o pecado, de pregação do arrependimento, de esperança eterna.

Misturar política com adoração pública, especialmente em épocas eleitorais, é trair a missão da igreja.

As consequências da politização do púlpito

Desconfiança nas lideranças espirituais: o povo já não sabe mais se o pastor fala por Deus ou por um partido.

Divisões internas: comunidades rachadas por ideologias, onde o inimigo não é o diabo, mas o irmão que vota diferente.

Desmoralização da mensagem: o Evangelho se torna irrelevante, pois perde sua autoridade transformadora.

A politização do púlpito destrói a identidade da igreja: Ela troca a coroa de Cristo pela cor partidária.

O Reino de Deus não se submete a ideologias

“O meu Reino não é deste mundo.” (João 18:36)

O Evangelho é contra a injustiça, contra a opressão, contra a corrupção — seja de esquerda ou de direita.

Justamente por isto, não deve se submeter a sistemas humanos.

O Reino de Deus transcende bandeiras partidárias.

Quando a igreja se alinha com um lado político, perde o direito de profetizar contra os erros desse mesmo lado. E então, sua voz se cala.

O chamado urgente: purifiquemos o altar

A politização do púlpito precisa ser reconhecida como um pecado grave contra a santidade do culto.

Pastores e líderes devem se arrepender e restaurar o lugar de Cristo no altar.

Santidade no púlpito. Voltemos à pregação pura, sem bajulação.

Centralidade de Cristo
A única figura que deve ser exaltada no púlpito é Jesus Cristo.

Fogo santo, não fogo estranho
Deus ainda se importa com o que é oferecido no altar.

Conclusão: ou santificamos o púlpito, ou Deus se retira

A politização do púlpito é como a profanação do templo. Enquanto deixarmos políticos subirem no altar para serem aplaudidos, Deus não será glorificado.

Temas Relacionado:

Este artigo não é sobre ser contra política — é sobre proteger o que é sagrado.

Não é sobre denunciar os demandos do homem, mas afirmar a Santidade de Deus no seu Altar.

É tempo de arrependimento. É tempo de tirar o “fogo estranho” do altar e clamar pelo fogo do céu.

Conte aí para nós a sua frustação em ver candidatos a partidos politicos ocupando o lugar da Palavra de Deus nos cultos.

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Categories: Atualidades

Juraci Rocha

Juraci Rocha é o editor do site Filhos de Ezequiel. Os escritos de Juraci Rocha são informativos, envolventes, divertidos e desafiadores. É instrutivo ler seus estudos e conhecer seus pontos de vista práticos e profundos sobre o tecido da fé cristã.

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