Jó foi um exemplo de paciência, tanto que as Escrituras dão testemunho desta qualidade do nosso herói. Compreendemos que foi esta virtude que o levou a triunfar e vencer as dificuldades e circunstâncias que o colheram desgraçadamente sobre a influência direta de Satanás. No artigo anterior vimos As atitudes perdedoras da mulher de Jó. Agora na sequencia O segredo revelado de como Jó venceu sua prova.
Iniciamos revelando o segredo de Jó mostrando as três formas posicionais como o homem é visto:
1 – Deitado. Que significa caido, desviado, dormindo, não pronto para a obra.
2 – Sentado. Que também não é uma boa posição, ele não está totalmente caido, mas não está pronto para a obra também; a impressão que temos é que quem está sentado, está escorregando para o chão, para baixo.
3 – De pé. Que significa que o homem está pronto para agir, pronto para fazer, de prontidão, cheio do Espírito Santo.
Ezequiel é quem melhor esclarece esse assunto. Quando Deus diz a Ezequiel no cap 2, verso 1: “Filho do homem, põe-te em pé, pois falarei contigo”, não entendemos que Ezequiel estava caido, devido ao primoroso cap 1 do seu livro, onde ele teve revelações impressionantes, como rodas enormes, do tamanho de edifícios, cheias de olhos com o Trono de Deus por cima.
Ele não estava caído, então o que significa ficar de pé em Ezequiel? Significava que Deus lhe daria novas revelações.
O sentido de rasgar as roupas na Bíblia
Ficar de pé tem o sentido de novas revelações, novo tempo de Deus na vida de alguém. E Jó ficou de pé, esperou na presença de Deus, o que Deus iria fazer, frente a tanta desgraça que o abatia momentaneamente.
Temos aqui uma atitude dramática de gente com o sangue quente. Na história de Israel vemos alguns reis rasgando o seu manto, a sua capa, a sua vestimenta, como sinal intenso de contrariedade. Dennis Allan nos mostra esse texto: “A prática de rasgar as roupas.
Na leitura da Bíblia é comum encontrar versículos que dizem que alguém rasgou as suas vestes. Qual o significado deste costume? O que podemos aprender para os dias de hoje?
A prática de rasgar as roupas nas culturas orientais, mostrava emoções fortes. Geralmente angústia, tristeza ou remorso. Podemos observar estes sentimentos nos contextos de vários trechos que falam deste ato.
Quando um mensageiro foi falar para Eli que a arca da aliança foi perdida e os filhos do sacerdote mortos, ele chegou com suas vestes rasgadas (1 Sm 4. 12).
Quando Davi ouviu a notícia que Absalão havia matado os outros filhos do rei (embora tivesse morrido somente Amnon), ele e as pessoas que estavam com ele rasgaram as roupas. 2 Sm 13. 31
Quando os oficiais do governo de Judá ficaram perturbados com as ameaças dos assírios, foram ao rei com suas vestes rasgadas (2 Reis 18. 37). O sumo sacerdote mostrou ultraje quando Jesus afirmou a sua divindade, rasgando as próprias roupas e acusando o Filho de Deus de blasfêmia. Mt 26. 65
Josias percebeu que o povo não estava obedecendo ao Senhor e rasgou suas vestes como sinal de angústia e de remorso. Deus aceitou este comportamento como sinal de seu arrependimento e ouviu sua oração (2 Reis 22. 11,18-20).
O mesmo ato por Esdras mostrou seus sentimentos de vergonha e remorso quando soube do pecado do povo em fazer casamentos com os povos pagãos. Ele foi orar a Deus com as vestes rasgadas (Esdras 9).
É especialmente nestes últimos casos citados que encontramos uma lição importante. Deus não olha para as roupas rasgadas, embora tenham refletido os sentimentos das pessoas angustiadas e arrependidas.
Em um livro que avisa bastante sobre a vinda de castigo divino, Deus falou o que ele realmente quer dos pecadores: “Ainda assim, agora mesmo, diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto. Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor, vosso Deus”. Jl 2. 12-13
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Hoje não temos o costume de rasgar as nossas roupas, mas devemos chegar a Deus com corações quebrantados e arrependidos”!
Paulo Sérgio Lários
Paulo Sérgio é Presbitero, tecnico de informática e escritor |
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