A teologia do Evangelho de João, em essência, é cristológica. A pessoa de Jesus Cristo está no centro de tudo que o apóstolo João escreve.
Tanto no Evangelho joanino, com sua ênfase única na Palavra que se fez carne, quanto nas epístolas joaninas, com o foco na Palavra de vida em meio à controvérsia da divisão da Igreja.
Quer em Apocalipse, com suas visões do Cristo exaltado e de seu triunfo final, o principal objetivo do apóstolo é explicar a seus leitores quem Jesus é.

Ao estudante da Bíblia é de se observar como João percebia Jesus a partir de seus discípulos.
A investigação dos títulos chaves de Jesus, como o “Eu Sou”, assim como entender que em João os milagres são chamados de Sinais do Messias e tem um propósito de ali estar.
O evangelho de João trata do Ministério de Jesus, não falando nada de seus anos antes do batismo por João Batista.
A vida terrena de Cristo não é tratada por João, mas é tratada a sua vida anterior a essa Terra.
Já no primeiro versículo de seu livro, que foi desmembrado e esmiuçado com louvor por Santo Agostinho no seu livro Confissões.
O apóstolo João trata do batismo de Jesus, seus ensinos, sinais, morte sacrificial, ressurreição e ascensão.
Espírito Santo – O Outro Consolador
O evangelho de João trata num extenso discurso de Jesus na ultima Ceia, sobre o Outro Consolador, o Espírito Santo, o substituto de Jesus, a partir de sua ascensão.
Um mistério a ser tratado ainda, é a misteriosa afirmação de Jesus que se ele não fosse, o Espírito Santo não poderia vir.
Talvez imaginássemos que isso se deva a ação da Trindade na Terra.
Cada uma age independente, com ministérios bem definidos. O Antigo Testamento é a Era de Deus.
Os Evangelhos são a Era de Jesus, e a partir de então temos a Era do Espírito, daí até os tempos finais.
É bom lembrar que a Era do Espírito é a Era da Apostasia. O derramamento do Espírito veio justamente na hora de maior fraqueza da Igreja.
Sem o Espírito nenhum cristão dessa era seria salvo.
O Evangelho de João ainda nos apresenta antíteses que são negações, opostos, é uma figura de linguagem que consiste na exposição de idéias opostas: como luz e trevas, fé e descrença.
O leitor da doutrina joanina tem de escolher ficar a favor de Jesus ou contra Ele, e essa escolha determina seu destino eterno.
A salvação no evangelho de João

A doutrina da salvação em João, depois da cristologia, é o segundo tema mais importante dos escritos joaninos.
João trata da Cruz, da morte de Jesus como parte do plano de Deus para a salvação.
Igualmente trata da natureza voluntária da morte de Jesus e os aspectos sacrificiais de sua morte substitutiva.
João pode ser dividido em duas partes. A primeira parte narra vários acontecimentos em três anos do ministério de Jesus.
A ultima parte narra praticamente só uma semana da vida e ministério de Jesus, justamente a semana da Cruz.
Temos nessa segunda parte todos os dias antes da sexta da paixão, assim como dias consecutivos.
Começando no domingo anterior, João narra todos os dias de Jesus, a partir daí. Notamos a importância que João depõe na ultima semana de Cristo.
O evangelista João ainda nos mostra a fé a partir da percepção dos discípulos.
É interessante notar como cada um reagiu diante de Cristo e do chamado à fé. João nos apresenta Jesus pela visão dos discípulos.
O evangelho de João nos mostra como os discípulos perceberam a Jesus e daí tira ensinamentos para a Igreja. E como é que nós percebemos a Jesus?
João ainda discute a regeneração, o novo nascimento, assunto dos mais importantes e necessária a sua devida compreensão, para a boa saúde espiritual.
Assunto ligado diretamente a esse, em João, é a ênfase exclusiva do apostolo na vida eterna como uma experiência presente que está disponível aos crentes.
O que será, já está disponível . É hoje!
As várias dimensões da escatologia
Ainda temos a escatologia joanina. Ela inclui a tensão existente no Evangelho de João entre a escatologia “futura” e a, assim chamada, escatologia “cumprida”.
Se o nosso Deus reina eternamente e reinará para sempre, falaremos, neste sentido , de uma escatologia perfeita, de uma escatologia presente e de uma escatologia futura.
Entrementes é uma escatologia que poderíamos chamar de transcendental, enquanto está se referindo ao agir do Deus eterno dentro, aquém e além de todos os tempos escatológicos.
A escatologia perfeita para Claus Schwambach, é a interrupção da eternidade para dentro do tempo, da presença da salvação escatológica na pessoa e na obra de Cristo.
A escatologia presente é apresentada como o Evangelho que anuncia o perdão, ela manifesta agora, de forma antecipada, o veredito de Deus como Juiz final.
A palavra da cruz atualiza tanto o passado como o futuro, dando-lhes validade no presente.
A escatologia futura tem como conteúdo a esperança cristã da ressurreição, o arrebatamento, a segunda vinda de Cristo, o juízo final, o fim do mundo, a nova criação, céu e inferno, a vitória final.
Temas Relacionado:
- Introdução ao Evangelho de Mateus
- Introdução ao Livro de Romanos
- Os Evangelhos, sua origem e significado
O reino de Deus não tem significado estritamente temporal. Ele expressa dinamicidade, atividade e está sempre orientado teocraticamente.
Todos os temas teológicos apresentam uma dimensão escatológica. O presente sempre aponta para o futuro.
A promessa escatológica da inserção do Reino de Deus na história humana, deve ser o incentivo, o impulso, a força do nosso compromisso de anunciar, para hoje e para o futuro o Reino de Deus.
Bibliografia
ZUCK, Roy B., Teologia do Novo Testamento.
Revista Ensaios Teológicos – Vol. 2 Num 2.
Estudo Biblico Escatologia e o Reino de Deus, Salmo 146,10
João – O Evangelho Cristológico
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