Quando li pela primeira vez Decepcionado com Deus de Philip Yancey confesso que fiquei intrigado sobre o seu conteúdo. Foi então, que descobri que os grandes ícones bíblicos também passaram por momentos de grande decepção e crises existenciais. 

Ao ler o livro descobri que ele trata de um tema profundo abordando as relatividades humanas diante das circunstancias existenciais. 

Entendi que a fé deles foi provada e aprovada por um Deus misterioso que se esconde atrás de uma cortina azul.

O drama de Jó revela como a graça de Deus transcende a lógica humana. Qual escritor seria capaz de imaginar que em meio à dor de Jó, o grande Elohim se manifestasse de uma forma tão graciosa, para comprovar que existe uma trama terrível contra todos aqueles que O adoram.

As entrelinhas da história de Jó possuem lições extraordinárias. Desde a morte dos filhos, a perda dos bens, a rejeição de sua mulher, as acusações de seus pseudos-amigos a até a angústia por sofrer sem nenhum motivo aparente.

De acordo com Caio Fábio não fomos ensinados a enxergar amor e cuidado no sofrimento e na dor. Para nós “somente todas as coisas boas” são as que “cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”.

A teologia moral da causa e efeito

Quando temos que nos confrontar, especialmente na vida do próximo, com o efeito-sofrimento, aparentemente sem causa – ou mesmo quando há “causas”, as tragédias se mostram maiores que suas “causas aparentes”.

Então, facilmente, assumimos a Teologia Moral de Causa e Efeito dos “amigos de Jó”, como explicação para o mal-absurdo.

Contudo o que não entendo é por que  Deus age de forma quase imperceptível aos nossos olhos. Por que Ele se esconde quando clamamos? Por que Ele não respondeu nem ao seu filho?

Essas indagações perturbam minha alma e sobretudo são perguntas que estão presentes no livro de Jó.

Jó acusa Deus de ser indiferente a sua dor, de não compreender seu sofrimento. Por isso o personagem do oriente médio faz transferência para Deus como se Ele fosse o culpado pelo seu estado de aflição.

Todos nós em algum momento da vida nos sentimos fragilizados por causa das intempéries avassaladoras, crise na vida conjugal, onde o casamento está prestes a desmoronar, crise no mundo corporativo por não ter o emprego dos sonhos, ou porque a empresa não esta bem.

O fato é que as pessoas têm como lema:

Quem é o responsável pelos meus fracassos

Deus é o responsável pelos meus fracassos, e eu pelos meus sucessos. Esses pensamentos difusos revelam os vários processos de ambivalência que invadem a mente das pessoas quando elas estão com problemas.

Além do mais não compreendemos que a graça de Deus pode estar agindo em nossas vidas como um antídoto para remover o narcisismo da nossa alma.

Em momentos de crise esperamos uma ação sobrenatural de Deus. Todavia nos surpreendermos quando ouvimos uma voz doce e suave nos chamando para sair da caverna.

A caverna limita o nosso entendimento e distorce a realidade existencial. É necessário sair da caverna para obter a resposta de Deus.

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A caverna é local onde nossa vida é solapada pelas adversidades. É local onde o profeta de fogo passou por várias crises de depressão, de modo que na caverna Elias era apenas um mero mortal necessitado do socorro de Deus para tratar sua alma angustiada e deprimida.

Denison Santos – Ágape, o amor de Deus.

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Categories: Reflexoes Cristas

Juraci Rocha

Juraci Rocha é o editor do site Filhos de Ezequiel. Os escritos de Juraci Rocha são informativos, envolventes, divertidos e desafiadores. É instrutivo ler seus estudos e conhecer seus pontos de vista práticos e profundos sobre o tecido da fé cristã.

Vencendo as crises existenciais

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