No artigo anterior tratamos sobre a Bondade e severidade de Deus, agora vamos concluir o assunto, fazendo considerações sobre A Palavra que fala conosco hoje.
Deus continua a dar o seu testemunho através das Escrituras Sagradas. Recomendamos que leia o artigo anterior para uma compreensão maior da graça e justiça do Altíssimo.
Conversando com o querido irmão Rafael, pensamos juntos na graça de Deus, quando Deus nos constrange nos abençoando, enquanto está julgando outros e rejeitando a alguns Esaús.
Quando Deus nos abençoa, num mundo cheio de gente que está debaixo da mão pesada de Deus e Ele nos mostra bondade, conosco, em nosso lar, com quem amamos, com nossas coisas, nosso ministério, devemos responder com amor, considerar com temor e respeito.
Apesar da doutrina, do ensino mais teológico, da interpretação do assunto, quero me arriscar a dizer algumas palavras, de um jeito um pouco mais popular. “Considera pois a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; para contigo, a bondade de Deus.” Rm 11. 22
Efeitos do amor de Deus
O homem é pecador desde o seu nascedouro e o problema do homem é justamente esse: o pecado; e Jesus veio para nos libertar do nosso pecado. (Mt 1. 21) Devemos considerar então o que Jesus fez e nos fala sobre o nosso pecado.
Ver o amor de Deus derramado em nós e as bênçãos chegando, quando sabemos que não merecemos, só nos constrange a responder afirmativamente ao Evangelho, a Deus, a Jesus, ao querido Espírito Santo.
Esse constrangimento que dá medo é visto quando um irmão que conhecemos a tanto tempo, que era um ministro conosco, nos ajudando no nosso labor espiritual, sendo ele é o nosso ensinador cai. Desvia-se, larga o Evangelho para não voltar mais.
Eu conheço muita gente que largou o Evangelho e foi para o mundo. Isso causa medo, em ver Deus tendo bondade em me aturar, continuar tendo paciência quando duvidamos, erramos, pecamos e de novo pecamos.
Ele continua a nos dar uma nova chance. Por que Ele nos ama tanto? Quem somos nós, a não ser gente que causa canseira e enfado a Deus.
Eu sou plenamente consciente que como homem sou pecador e posso ir a baixezas da alma inimagináveis. Esse conhecimento é prático e teórico, pois aceitei Jesus com 30 anos, passando por muitas situações, até chegar ao Evangelho.
Ver a bondade de Deus quando ele cura, eu, minha família, ou outro através de mim, me constrange terrivelmente a andar mais na presença possível. E como disse ontem o irmão Jair, Não sou santarrão – alguém que se diz santo e condena firmemente o pecado, por estar plenamente na santidade. “Não sou santarrão, mas queria ser.”
Vou no caminho aos tropeções
No Caminho da Graça, vou aos tropicões, tentando resolver o melhor possível os problemas. Atravessando os desertos, conforme eles vão surgindo. Acho que o mais importante é ir, de qualquer jeito. Seguir nesse caminho difícil, com um Deus bom, maravilhoso, mas severo com o pecado, apesar de amar o pecador.
Não temos duvidas, nós que estamos nEle, que Ele está apaixonado por nós, mais do que nós por Ele. Não há duvidas que Ele que nos salvar, mais do que nós queremos ser salvos. “Está bem; pela sua incredulidade foram quebrados, e tu pela tua fé estás firme. Não te ensoberbeças, mas teme”. Rm 11. 20
Paulo diz aqui qual é o pecado de Israel e onde os gentios ao qual ele se referia, a Igreja, estava acertando. Israel não creu em Jesus quando Ele veio. O mataram e o crucificaram. Glórias a Deus, pois a morte não pôde segurar esse santo. A morte, o inferno, Satanás, não pôde com a santidade, com Jesus.
Israel rejeitou a Palavra que fala conosco hoje
Israel rejeitou justamente esse que nem o inferno pôde. A incredulidade de Israel mostra que duvidaram do caráter de Deus. Duvidaram de Deus. A incredulidade é duvidar do que Deus disse, de que Ele pode fazer o que prometeu. Dele.
Quando vemos o pecado em alguém que já ouviu a Palavra, e pior alguém que já andou com Deus, tenha certeza que ela está duvidando de Deus, colocando em cheque o seu caráter, a sua Palavra, a sua pessoa, o seu plano que é o Reino de Deus, desprezando o seu Filho e a promessa do Céu.
Despreza igualmente o convívio com os irmãos e o serviço que devemos prestar, o melhor possível, na Casa de Deus e junto ao mundo – pois o nosso chamado é para sairmos: “Ide, por todo o mundo”.
“Pela tua fé estás firme.” (Rm 11. 20) Graças a Deus! A Bíblia declara que estamos firmes pela nossa fé. Não é por obras. Não é pelo dizimo que dou. Não é pela pregação que prego na igreja. Não é pelo cântico que cantamos na congregação. Não é porque o Pastor foi com a nossa cara.
Não é porque esse ministério é mais abençoado que o outro. Não é porque aqui aprendo doutrina e ali não, não é porque faço mais campanhas que antes.
Não temos mérito algum
Não é porque jejuamos. Não é porque oramos. Não é porque o marido, ou o pai é obreiro. Não é por nada disso, apesar disso tudo e mais. Estamos unicamente de pé, por crer no Deus que nos fala. Por professarmos a fé, sem medo em dizer aos outros e o dizemos com o maior orgulho possível: eu sou cristão.
Eu sou seguidor de Jesus Cristo, apesar de mim mesmo e dos meus muitos gostos duvidáveis e não aceitos por Deus. A fé acredita em Deus. Ter fé é crer em quem nos fala e no quê nos fala.
E tudo isso nos constrange: em ver o amor apaixonado derramado em nós, apesar de nós e nossos problemas e pecados; em ver Deus sendo severo com o outro.
Algumas vezes em situações menores do que as nossas e ao mesmo tempo sendo bom conosco, nos abençoando enquanto vemos o outro sendo julgado por algo menor do que praticamos. Constrange-nos saber que no que faço o máximo que consigo é ser chamado de servo inútil.
Caso se fizer tudo o que Deus mandou e então perceber que não é o que faço que interessa, mas no que creio, em quem eu creio; constrange-me ir de encontro ao outro que está caindo do meu lado, julgado muitas vezes por Deus, porque não compreendeu a ter fé em Deus.
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A bondade de Deus comigo enquanto o mesmo Deus é justiça para o outro, me dá medo, temor, amor e respeito, por um Deus desse tipo. Não há ninguém igual a tu, Senhor! “Óh Senhor, ninguém há semelhante a ti, e não há Deus fora de ti, segundo tudo quanto ouvimos com os nossos ouvidos”. 2 Cr 17. 20
Paulo Sérgio Lários
Paulo Sérgio é Presbitero, tecnico de informática e escritor |
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