Numa Igreja preguei sobre A Cruz de Cristo. Após o culto um irmão procurou-me e disse que se convertera a cinco anos e esta era a primeira vez que ouvia uma pregação sobre a Cruz.
Esta intervenção me despertou e tenho pregado sobre a Cruz de Cristo em todos os lugares onde vou.
Muitas pessoas nos dizem que a Bíblia é um livro complicado e é mesmo. A palavra complicado quer dizer algo que tem várias maneiras de ser compreendido.
A Bíblia tem esse sentido de algo que pode ser compreendido de diversos ângulos. Percepções distintas por diferentes pessoas, em diferentes países, em diversas épocas e raças.
Mas apesar de a Bíblia ser um livro complicado, que detém várias interpretações, ainda assim precisa e tem uma lógica.
A Teologia Sistemática, que é o estudo da Bíblia de uma forma organizada, divide-se em algumas grandes doutrinas, que podemos resumir como: O estudo da Palavra, de Deus, do homem, do pecado, dos anjos, de Cristo, do Espírito Santo e o estudo dos últimos acontecimentos, que é a Escatologia.
Dentre esses estudos a centralidade da Bíblia reside em Cristo. E a centralidade da obra de Cristo é a Cruz.
A cruz de Cristo
A Cruz é um dos símbolos mais contraditórios ou escandalosos que existe. A Cruz é um instrumento de morte, de condenação, de maldição.
Como é que um instrumento de separação traz em si a reconciliação?
A Cruz de Cristo é o ponto de encontro entre o homem pecador e o Deus salvador. A Palavra de Deus está intimamente relacionada à Cruz de seu Filho.
A Cruz é o caminho de salvação de Deus. O madeiro é o caminho que o canalha, o corrupto, o bandido, o ladrão, o traidor, o perdido, o religioso, o assassino e o pecador perdido percorre para encontrar a salvação.
Estamos confiantes que a Cruz de Cristo faz parte dos desígnios de Deus, para a salvação do pecador.
Ela faz o julgamento do pecado, da morte e do diabo, assim como da manifestação da sua glória.
Logo, a cruz então é atemporal, ela precede o tempo e tem valor eterno.
A Cruz havia sido profetizada muitos anos antes de acontecer. A Cruz não era a derrota, mas a chave do plano divino.
O escritor de Hebreus fala da eficácia do sangue de Cristo, que redimiu (pagou o preço) todos os santos do Antigo e do Novo Testamentos.
Assim, está assegurado que o sacrifício de Cristo não precisa se repetir, ele é perfeito e único na história.
O elemento surpreendente da cruz
Seguramente, o elemento surpreendente da Cruz não é o sangue, pois muitos morreram e derramaram o seu sangue e isso não teve efeito algum.
O elemento surpreendente da Cruz é o sangue de quem e com que propósito foi derramado.
O cristianismo afirma que Cristo tem duas naturezas, a divina e a humana. Cristo é 100% Deus e é 100% homem.
Portanto, Ele existe com Deus desde a eternidade passada como a segunda pessoa da Trindade, mas tomou a natureza humana na encarnação. Cristo, nascido de mulher, se fez homem.
Por isso somente Cristo pode se colocar no abismo infinito para salvar o homem pecador.
O justo na Cruz, o santo na Cruz, o inocente na Cruz. é o único ponto de contato entre o pecador e o poder salvador de Deus.
O pecado de Adão lançou o homem num abismo intransponível entre a humanidade caída e Deus.
A absoluta perfeição, não pode coexistir com a absoluta imperfeição. A luz não convive com as trevas.
Todos pecaram: “Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram.” Romanos 5:12.
A Cruz de Cristo satisfaz a justiça de Deus
O pecador tornou-se incapaz, exceto através de Outro que pudesse satisfazer a justiça de Deus. Esse Deus santo e justo exige a pena de morte pelo pecado.
Logo, o único meio de Deus nos perdoar é se Ele morresse como nosso substituto, o que aconteceu através de seu Filho: Jesus.
“Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito.” Pedro 3:18
Cristo se fez pecado por nós, em nosso lugar, para que nós fossemos justificados, feitos justos, santo. “Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus.” 2 Coríntios 5:21
Ao mesmo tempo em que Cristo se fez pecado por nós, nós fomos feitos justiça de Deus.
Mas a Cruz que é o instrumento de morte, precede a vida ressurreta.
A cruz de Cristo elimina a velha natureza
Carregamos a nossa Cruz, para que a nossa alma, o nosso eu interior, a nossa antiga vida em pecado, o velho homem em nós morra.
A obra da Cruz vem para matar a velha natureza, quando aceitamos e cremos em Jesus.
Quando aceitamos Jesus o nosso velho homem é morto e passamos a ser transformados pelo Espírito Santo.
Ao olharmos para a Cruz temos também vitória sobre o mundo, que não nos atrai mais, se estivermos e nos mantermos no Espírito Santo. (Gálatas 6.14)
Temos vitória sobre a carne, a nossa velha natureza, onde pela obra direta do Espírito Santo é criado em nós uma nova natureza, agora santa e agradável a Deus.
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Através da Cruz temos a vitória sobre os principados e potestades, os demônios que nos atacam. “Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou juntamente com Cristo.
Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária.
Ele a removeu, pregando-a na cruz, e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz.” Colossenses 2:13-15
É um mistério, mas se não houvesse a Cruz, não haveria o novo nascimento. “O que é nascido de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.” 1 João 5:4 Pela fé na obra de Cristo, na Cruz, somos mais do que vencedores.
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