Arrependimento e fé constituem as primeiras orientações ou doutrinas que confirma o chamamento divina para a conversão. Muitas são as perguntas que nos podem sobrevir, ao pensar em conversão.
Uma delas é que ninguém pode crer sem um prévio conhecimento do que se deve crer. Como me converter a alguma coisa, se nem mesmo sei a que devo me converter?
Faz-se necessário então haver alguma espécie de contato com o evangelho, para que eu possa me converter a Deus. Esses meios são capacitações de Deus, para que possamos nos converter. A fonte de nossa conversão é Deus; é Deus quem me converte a Ele.
A Palavra de Deus é o centro de toda a ação do Reino de Deus, é o caminho revelado da conversão. Ela precede ao batismo e a todos os ministérios.
Romanos 10. 14 diz assim: “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue?”
Um dos meios de conversão mais usados é pelo Ministério da Palavra de Deus, sendo a pregação do púlpito, o principal (Atos 2. 41; Mt 12. 41; Lc 24. 47). João Batista era um pregador de arrependimento, que pregava assim: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.”
Mas, ao chamar o homem (alguns irresistivelmente, outros resistivelmente) Deus usa meios para capacitar o homem (morto em pecados) a ouvir e a responder (no chamado resistível a capacitação é temporária), a arrepender-se, a voltar-se para Deus.
Por isso as Escrituras amorosa e insistentemente convidam e convocam o homem a converter-se a reconciliar-se com Deus.”
A conversão é uma dupla mudança de direção
Minha avó materna tinha um quadro grande na casa dela, que muito me impressionava: do lado esquerdo, começando de baixo para cima, víamos um caminho largo, asfaltado, que ia se alargando e no qual víamos bares, boates, casas de jogos, prostituição, bailes, musicas e festas e que acabavam conduzindo ao inferno.
Do outro lado havia uma estrada de terra que ia se afunilando por caminhos difíceis e morros e com montanhas íngremes, ascética, sem atrativos, na qual no seu final só dava para um passar, e que findava no Céu.
O rumo do caminho largo, leva ao destino do inferno. A outra estrada é o caminho estreito, no qual o seu destino é o céu. Esse quadro chama-se “Os dois caminhos”.
Conversão é mudança de natureza
O pastor Ricardo Gondim contou uma história uma vez que falava sobre a nossa natureza: Um escorpião pediu a um sapo, que esse o atravessasse do outro lado do rio. O sapo ficou com medo e fez o escorpião prometer que não iria picar-lo, o que lhe seria fatal.
Prometido, o escorpião subiu nas costas do sapo e este o levava a atravessar o rio, quando o escorpião deu uma picada mortal no sapo, que antes de morrer perguntou por que ele fez aquilo?
O escorpião respondeu que a sua natureza foi mais forte do que ele e ele teve que picar o sapo. Conclusão, os dois morreram.
Essa história nos relembra que nós temos uma natureza mortal, gerada pelo pecado. Assim como o escorpião, nós temos um veneno mortal correndo em nossas vidas, e que afetam a nós e aos nossos semelhantes.
Mas a Bíblia nos garante que Deus pode mudar a nossa natureza. Por pior que sejamos Deus pode nos mudar. E isso é uma boa nova.
O ato da conversão, que é o ato de querer agora ser de Deus e andar com Ele, é também um ato transformador. A Palavra de Deus, revelada pelo Espírito Santo, vai nos transformando, dia após dia.
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Para alguns é desesperadora a situação de saber o quanto é errado em seus atos, querer mudar e não saber como. A nossa natureza não pode ser mudada por nós.
O reconhecimento, pela fé, em Deus e o buscar seguir a sua Palavra e os seus ensinamentos é que vão nos transformando.
Paulo Sérgio Lários
Paulo Sérgio é Presbitero, tecnico de informática e escritor |
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