pôncio pilatos
Julgamento de Jesus por Pilatos

Seguramente uma das cenas mais marcantes do cristianismo é o julgamento de Jesus Cristo por Pôncio Pilatos. Um dos elementos inquietantes deste julgamento foi o seu desfecho com um simples “lavar de mãos” por parte de Pilatos. Por que Pôncio Pilatos lavou as mãos?

Vamos responder a esta questão inquietante, apresentando 5 motivos que levaram Pilatos a lavar as mãos, tentando isentar-se de culpa.

Nomeado governador romano da Judéia, Pilatos fora chamado a Judéia para estabelecer a Lei e a ordem na região, visto que a situação estava periclitante em face dos inúmeros conflitos e rebeliões que inquietava a população local.

Jesus havia sido levado a presença de Pilatos já julgado e condenado a revelia da lei judaica pelo Grande Sinédrio.

No julgamento de Jesus a ilegalidade é tão flagrante que em nossos dias comissão de teólogos e juristas repetidamente estudam o caso.

Em vista destas circunstâncias fazemos coro com o Pr. J. Sidlow Baxter:

“Tudo isto naturalmente se relaciona com as circunstâncias da vida e morte do Senhor, como registrado nos Evangelhos.

A regra de que ninguém podia ser julgado à revelia lembra imediatamente o ponto de ordem de Nicodemos (Jo 7. 51).

O fato de o Senhor ter sido levado á noite diante do ex-sumo sacerdote Anás (Jo. 18. 13), a farsa do julgamento do turno, perante Caifás no palácio do sumo sacerdote (Jo. 19. 27).

A sentença de execução sem um dia de intervalo, sem mencionar outros aspectos, foram absolutamente contra o código de imparcialidade do Sinédrio.”

5 razões pelas quais Pôncio Pilatos lavou as mãos no julgamento de Jesus.

1 – Pilatos era o representante de Roma

Ademais, o julgamento baseou-se num único depoimento, ferindo disposição da lei judaica. Era necessário que houvesse um poder maior para corroborar a decisão de pena capital.

Pôncio Pilatos
Pôncio Pilatos, também conhecido simplesmente como Pilatos (em latim: Pontius Pilatus; em grego: Πόντιος Πιλᾶτος), foi governador ou prefeito (em latim:

Esta decisão estava nas mãos de Roma, do qual Pilatos era o legitimo representante que poderia aplicar a pena capital.

Isto foi claramente lembrado pelas lideranças judaicas (Jo 18. 30,31). Por estas particularidades é que Jesus foi levado a Pilatos.

Notemos que a decisão de libertar ou não Jesus estava no poder de Pilatos como interventor e governador da Judéia.

Pilatos lavou as mãos para fugir a sua responsabilidade.

2- Para aquietar a sua consciência

pôncio pilatos

O poderoso Pilatos lava as mãos no julgamento de Jesus. Com este ato, ele pensou se eximir de responsabilidades

Um estudo da revista Science revelou que a lavagem das mãos está associada intimamente com a absolvição da culpa da mente, podendo apagar dúvidas sobre as escolhas diárias.

O estudo verificou se o “fenômeno” se estende às decisões que tenham pouca ou nenhuma implicância moral.

Foi solicitado a um conjunto de voluntários que escolhesse entre dois CDs ou dois doces.

Os cientistas descobriram que os voluntários eram menos propensos a tentar justificar a escolha se lavaram as mãos só depois de fazer isto.

Spike Lee, pesquisador da Universidade de Michigan disse que a lavagem das mãos parece apagar dúvidas.

Ele acrescentou: “Quando as pessoas tomam decisões, elas são muitas vezes confrontadas com a escolha entre duas atraentes opções. 

Digamos que elas estão escolhendo um local de férias – Paris ou Roma.

Após a escolha, digamos, Paris, elas justificam sua escolha por pensar que a decisão é a certa, porque a culinária francesa é melhor e os museus de arte são fantásticas.

Elas estão justificando a sua escolha, dando ênfase aos aspectos positivos.”

O que o estudo mostrou foi que depois que as pessoas lavavam as mãos já não sentiam que tinham de justificar a sua escolha. 

Elas tinham lavado a compulsão para justificar a escolha que tinham feito.

Os pesquisadores acrescentaram: “Não é justo que lavar as mãos contribui para a pureza moral, bem como a limpeza física.” 

O estudo mostrou que a lavagem também reduz a influência de comportamentos passados e decisões que não têm implicações morais de qualquer natureza.

3- Lavar as mãos significa absolvição de culpa

Pesquisas anteriores feitas pela equipe estabeleceu uma ligação entre lavar as mãos e a absolvição de culpa.

A idéia de que é possível lavar os nossos pecados é profundamente enraizada em muitas culturas e religiões, incluindo o cristianismo.

A água é uma pedra angular das cerimônias de batismo e, na Bíblia, Pôncio Pilatos lavou as mãos depois de condenar Jesus à morte.

Igualmente, na cultura bíblica judaica, a ablução era comumente usada como cerimônia de purificação.

O pastor Walmir Vigo Gonçalves, no seu comentário bíblico Ablução conclui dizendo que “estes cerimoniais simbolizavam a preocupação com a pureza apropriada (santidade), de modo a estar isento de poluções do mundo, e assim poder aproximar-se do Deus Santo.”

4- Por medo de Roma

Quando Jesus foi apresentado diante de Pilatos, esse olhou para o Nazareno com um olhar de profundo desprezo.

Pilatos via naquele homem apenas mais uma agitador, um zé ninguém dos muitos que havia naqueles tempos.

Pilatos tinha a intenção de absolver a Jesus e deixá-lo ir. As lideranças judaicas era igualmente desprezadas por Pilatos.

Mas quando o povão começou a ser agitado pela liderança a que se pedisse que fosse liberto Barrabás em detrimento de Jesus, Pilatos começou a se angustiar.

Inquieto, ele lembrava-se do conselho de sua esposa Cláudia Prócula: “Não te envolvas no caso desse justo, porque muito sofri, hoje, em sonhos, por causa dele.” (Mt 27. 19)

No intuito de acalmar os ânimos e dar uma satisfação as lideranças judaicas, Pilatos açoitou a Jesus e propôs libertá-lo. Jesus havia sido remetido a Herodes.

Igualmente, ele não encontrou culpa no prisioneiro.

Pilatos estremeceu e percebeu que corria perigo quando ouvia gritos cada vez mais altos, lembrando-o que caso libertasse a Jesus, não era amigo de César (Jo 19. 12).

Esta situação o fez compreender que haveria apelação a César, caso a decisão não fosse pela pena capital contra o acusado.

5- Para transferir responsabilidade

Então Pilatos propõe uma outra solução, a libertação de um dos dois prisioneiros, do qual o outro era Barrabás, conhecido agitador e ladrão.

Claro, que Barrabás foi o escolhido para ser livre. Pilatos lavou as mãos por ser covarde.

Vou deixar a seguir um vídeo da encenação da Paixão de Cristo encenado pela Nova Jerusalém.

O espetáculo é celebrado todos os anos durante a semana santa, em Brejo da Madre de Deus, em Pernambuco.

A peça é encenada em ambiente aberto com a multidão acompanhando cada quadro. É um espetáculo imperdível.

Veja trecho da encenação onde Pilatos lava as mãos.

Pilatos transferiu a responsabilidade da morte de Jesus ao lavar as mãos e declarar que estava inocente do sangue do justo.

O povo e liderança deveria considerar a sua atitude e que com este ato transferia a responsabilidade da morte do acusado ao povo (Mt. 27. 24).

Temas Relacionado:

O grandioso Nélson Rodrigues afirmou que toda “unanimidade é burra”.

Pois a plateia estava emburrecida quando efusivamente assumiu a culpa pela condenação de Jesus, conclamando a que seu sangue caísse sobre eles (Mt. 27. 25,26).

No ano 70 da era cristã, o historiador Flávio Josefo retrata com cores fortíssimas o cerco e destruição da cidade de Jerusalém realizada pelo general romano Tito.

A população eliminada teve a justa paga da sua loucura.

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Categories: Estudo Bíblico

Juraci Rocha

Juraci Rocha é o editor do site Filhos de Ezequiel. Os escritos de Juraci Rocha são informativos, envolventes, divertidos e desafiadores. É instrutivo ler seus estudos e conhecer seus pontos de vista práticos e profundos sobre o tecido da fé cristã.

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